Imprensa internacional repercute discurso de Bolsonaro sobre resultado das eleições

O discurso do presidente Bolsonaro dessa terça-feira (01/11), dois dias após o resultado do segundo turno das eleições 2022, está entre os destaques do dia nos principais veículos de comunicação do mundo. Entre eles, o The New York Times, jornal diário estadunidense, fundado e publicado continuamente em Nova York desde 1851, o El País (espanhol com tiragem de 457 mil exemplares diários), o La Nacion (diário Argentino fundado em 1870) e a Reuters, maior agência internacional de notícias do mundo, com sede em Londres. Confira a íntegra do pronunciamento e o que cada veículo destaca em suas publicações.

“Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça, de como se deu o processo eleitoral.

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas. Mas, os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população. Como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito e ir e vir.

A direita surgiu, de verdade, em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e Liberdade.

Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.

Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei de controlar ou censurar a mídia e as redes sociais.

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.

É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado.”

The New York Times
Governo Bolsonaro autoriza transição de poder. Embora Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, não tenha reconhecido claramente a derrota, seu chefe de gabinete disse que seu governo começaria a transferir o poder para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Além da nota, o veículo inseriu um link para o vídeo com o o pronunciamento de 2’28”.

El País
Dois minutos durou o pronunciamento com que o presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, quebrou o silêncio 45h depois de perder as eleições no domingo. A extrema-direita não admitiu explicitamente sua derrota ou os resultados. Também não mencionou o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou: “Vou continuar cumprindo os mandatos da Constituição”. Assim que o presidente saiu da tribuna e da sala, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tomou a palavra para dizer que o Chefe de Estado o havia autorizado a realizar a transição.

Reuters
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, não admitiu nesta terça-feira a derrota em seu primeiro pronunciamento público desde que perdeu a eleição de domingo, dizendo que os protestos de seus apoiadores foram fruto de “indignação e sentimento de injustiça” sobre a votação. No entanto, não chegou a contestar o resultado da eleição e autorizou seu chefe de gabinete, Ciro Nogueira, a iniciar o processo de transição com representantes do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

La Nacion
Após mais de 44h de silêncio, que mergulhou o Brasil em um cenário de tensão social com centenas de bloqueios e incidentes com a polícia em todo o país, o presidente Jair Bolsonaro finalmente falou nesta terça-feira pela primeira vez após perder a eleição presidencial de domingo por um estreito 1,8% para Luiz Inácio Lula da Silva. Sem mencionar seu rival ou sua derrota no domingo, Bolsonaro iniciou o curto discurso de menos de três minutos agradecendo seus “58 milhões” de eleitores e, embora não admita expressamente que perdeu a reeleição, disse: “Como presidente e cidadão continuarei a cumprir todos os mandamentos da Constituição.

imagem: captura de tela Reuters

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